«Entreguemo-nos às trevas»: o teatro que teria havido

Autores/as

  • Armando Nascimento Rosa Instituto Politécnico de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.17398/1888-4067.12_1.45

Palabras clave:

Jorge Ferreira de Vasconcelos, dramaturgia, fusão de géneros literários, Renascimento português, teatro e censura

Resumen

O título deste ensaio parte de uma expressão que me impressionou,
pelas conexões de sentido estabelecidas, no momento em que, como
espectador, assisti à primeiríssima leitura pública de excertos escolhidos
da Comédia Aulegrafia, dirigida por Silvina Pereira (no Salão Nobre do
Teatro Nacional D. Maria II, em 2010). Pareceu-me inevitável associar
a entrega às trevas, referida pela personagem em cenário nocturno, com
as trevas que a censura, o menosprezo e a lusitana incúria do tempo
fariam recair sobre uma obra e um escritor desse fugaz Renascimento
português, reprimido à nascença, no que à arte teatral diz respeito.
«Romance-teatro», chamou António José Saraiva à trilogia dramatúrgica
de Jorge Ferreira de Vasconcelos que nos desafia, do seu tempo de
escrita, a divisão...

Referencias

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Publicado

2022-07-17

Cómo citar

Rosa, A. N. (2022). «Entreguemo-nos às trevas»: o teatro que teria havido. Limite. Revista De Estudios Portugueses Y De La lusofonía, 12(1), 45-56. https://doi.org/10.17398/1888-4067.12_1.45