O Livro Branco de João de Melo e o fetichismo da mercadoria
DOI:
https://doi.org/10.17398/1888-4067.12_1.243Palabras clave:
literatura fantástica, conto contemporâneo, João de Melo, fetichismo da mercadoria, Sociedade de espetáculoResumen
No século XX, o fantástico apresenta a função de problematizar a
realidade, já que sua produção é eficiente em revelar o que há de
absurdo no real mimético. Assim, tal estética literária direciona o olhar
do leitor a um cotidiano que, por ser habitual, ele frequentemente
ignora. Esse gênero, então, provoca uma mudança de paradigma na
vivência do homem-leitor contemporâneo, que não compreende o
mundo em função de sua absorção por um cotidiano que coíbe a
produção de questionamentos. Nesse artigo, analisamos o conto
português “O Solar dos Mágicos” (1987), de João de Melo, em que o
fantástico problematiza o esvaziamento semântico da sociedade
hodierna, sintoma mais evidente do fenômeno que Marx diagnosticara
um século antes como fetichismo da mercadoria.
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