Sete elementos do mercado literário luso-brasileiro no século XIX

Autores

  • Rodrigo do Prado Bittencourt Universidade de Coimbra

DOI:

https://doi.org/10.17398/1888-4067.13_2.165

Palavras-chave:

Portugal, Brasil, século XIX, mercado editorial, analfabetismo

Resumo

Este artigo busca analisar algumas características marcantes do
mercado editorial luso-brasileiro durante o século XIX. Abandonando
o Ancien Régime, estes países começaram a construção de um
mercado literário moderno e capitalista, deixando de lado as leituras
coletivas, o mecenato, a elitização da Literatura e, mais
demoradamente, a leitura de best-sellers religiosos. O Brasil
permaneceu, durante todo o século XIX, um grande consumidor dos
livros portugueses: os escritores e editores da antiga metrópole
dependiam dele para conseguir grande parte de seus rendimentos. Esta
integração não se deu sem conflitos, no entanto. Num cenário
marcado por forte comercialização, polêmicas, analfabetismo,
jornalismo, concorrência, duelos e plágio.

Referências

Abreu, M. (2010). Duzentos anos: os primeiros livros brasileiros. Em: Abreu, M. e Bragança. A. (orgs), Impresso no Brasil. Dois séculos de livros brasileiros. 1ª edição, Editora UNESP. São Paulo.
Anselmo, A. (1997). Estudos de História do Livro. Guimarães Editores. Lisboa.
Augusti, V. (2004). Polêmicas literárias e mercado editorial BrasilPortugal na segunda metade do século XIX. I Seminário Brasileiro sobre Livro e História Editorial.
Augusti, V. (2009). Considerações sobre a constituição do acervo do Grêmio Literário Português do Pará. Em: 17 COLE - Congresso de Leitura do Brasil, 2009, Campinas. Campinas: Associação Brasileira de Leitura. Disponível em: <http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem01/COLE_1288.pdf>. Acesso em 01-08-2019.
Bourdieu, P. (1996). As regras da arte. Gênese do campo literário. 1ª edição, Companhia das Letras. São Paulo.
Coutinho, I. (2011). Livraria Bertrand do Chiado é a mais antiga do mundo. Público. 21 de Abril de 2011. Disponível em: <https://www.publico.pt/2011/04/21/culturaipsilon/noticia/livraria-bertrand-do-chiado-e-a-mais-antiga-do-mundo-1490867>. Acesso em 01-08-2019.
Domingos, M. D. (1985). Estudos de sociologia da cultura. Livros e leitores do século XIX. Instituto Português de Ensino a Distância. Lisboa.
Duarte, M. R. C. (2004). A Inscrição do livro e da leitura na ficção de Eça de Queirós. Almedina. Coimbra.
Ferraro, A. R. (2002). Analfabetismo e níveis de letramento no Brasil: o que dizem os censos? Em: Educ. Soc. 23: 21-47.
Ferreira, T. M. T. B. C. (2000). Livros e Sociedade: a formação de leitores no século XIX. Em: Revista Teias. 1: 1-10.
Grácio, R. (1990). Ensino Primário e Analfabetismo. Em: Serrão, J. (ed.) Dicionário da História de Portugal. Vol II. Figueirinhas. Porto.
Guedes, F. (1987). O livro e a leitura em Portugal: subsídios para a sua história. Séculos XVIII e XIX. Editorial Verbo. Lisboa.
Lukács, G. (2000). A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. Duas Cidades - Ed. 34. São Paulo.
Herculano, A. (1998). Futuro Literário de Portugal e do Brasil. Em: Dias, Gonçalves. Poesia e Prosa Completas. Editora Nova Aguilar. Rio de Janeiro.
Luso, J. (1945). Prefácio. Em: Queirós, Eça. Polémicas de Eça de Queiroz. Com as críticas de Pinheiro Chagas, Camilo, Fialho, e Bulhão Pato. Prefácio e recolha de João Luso. Coleção Clássicos e Contemporâneos. Dirigida por Jaime Cortesão. V. 17. Dois Mundos. Rio de Janeiro.
Martins, J. P. O. (1958). Ciências e Letras (3-1-1887). A Abadessa de Jouarre de E. Renan. Em: A Província. Vol. III. Agosto a Dezembro de 1886 e Janeiro e Fevereiro de 1887. Guimarães Editores, Lisboa.
Martins, J. P. O. (s/d). Portugal Contemporâneo. 2 vols. EuropaAmérica. Mira-Sintra.
Pereira, A. I. S. S. (1999). A figura do escritor na ficção queirosiana. Tese de Mestrado em Literatura Portuguesa. Universidade de Coimbra. Coimbra. 100 pp.
Oliveira, P. M. A Ascensão do romance em Portugal: alguns apontamentos. Em: X Congresso AIL. Universidade do Algarve, 18 a 23 de julho de 2011. Disponível em: <www.fchs.ualg.pt/xcail/comunicacoes/pdf/outros/Paulo_Oliveira.pdf>. Acesso em 20 abril 2013.
Queirós, J. M. E. (2009). Carta-prefácio a <Azulejos> do Conde de Arnoso. Em: Queirós, J. M. E. Cartas Públicas. Edição Crítica das obras de Eça de Queirós. Direção de Carlos Reis. Imprensa nacional – Casa da Moeda. Lisboa.
Queirós, J. M. E. (1945a) Os Maias: episódios da vida romântica. 2 vols. Lello e Irmão. Lisboa.
Queirós, J. M. E. (1945b) Uma Campanha Alegre. 2 vols. Lello e Irmão. Porto.
Queiróz, J. M. (2013) Brasil e Portugal: relações transatlânticas e literárias no século XIX. In: Polifonia (de Cuiabá, MT). Disponível em: <http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/issue/view/150/showToc>. Acesso em 31-07-2019.
Ribeiro, M. M. T. Livros e leituras no século XIX. Em: Revista de Historia das Ideias, Vol. 20 (1999), disponível em: https://digitalisdsp.uc.pt/bitstream/10316.2/41821/1/Livros_e_leituras_no_seculo_XIX.pdf
Santos, M. L.C. L. (1985) Intelectuais Portugueses na Primeira Metade de Oitocentos. Presença. Lisboa.
Schopenhauer, A. (2007). A Arte de Escrever. LP&M. Porto Alegre.

Publicado

18.07.2022

Como Citar

Bittencourt, R. do P. (2022). Sete elementos do mercado literário luso-brasileiro no século XIX. Limite. Revista De Estudios Portugueses Y De La lusofonía, 13(2), 165-185. https://doi.org/10.17398/1888-4067.13_2.165