Não morrerá sem poetas a língua em que cantaste: encontros com Camões na épica portuguesa dos séculos XVII e XVIII
DOI:
https://doi.org/10.17398/1888-4067.15.147Palavras-chave:
Camões, Os Lusíadas, Receção, Poesia épica portuguesaResumo
Dos séculos XVII e XVIII, herdamos um mar imenso de poemas épicos de autores portugueses, em tempos de febre camoniana. Em português, em latim ou em castelhano, muitos foram os ensaios do género literário mais considerado à luz da poética clássica. Hernâni Cidade, Fidelino de Figueiredo e, sobretudo, Cabral do Nascimento na obra Poemas Narrativos Portugueses (1949) oferecem-nos visões panorâmicas desta produção. Apesar de ser normalmente entendido como um “mar morto de bibliotecas inúteis” (expressão de um dia certamente mais acre do nosso Camilo Castelo Branco), nele navegaremos, auxiliados pelos instrumentos disponíveis, embora não abundantes, e tentaremos encontrar Camões em textos como O Phaenix da Lusitânia (1649) de Manuel Tomás, Castreidos (1739) de Tomás Caetano de Bem e A Conquista...
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