Fernando Campos: o prestidigitador incorrigível

Autores

  • Maria de Fátima Marinho Universidade do Porto / Faculdade de Letras

DOI:

https://doi.org/10.17398/1888-4067.15.229

Palavras-chave:

história, memória, romance de família, narração em 1ª pessoa

Resumo

A obra de Fernando Campos divide-se em dois grandes blocos. Fazendo jus ao pendor memorialista, seja ele público ou privado, o autor escreve vários romances onde emerge a história da família (a sua), direta ou simbolicamente. Nas obras de cariz histórico, convocam-se personalidades do passado, que têm uma história pública, mais ou menos conhecida. A narração oscila entre a primeira e a terceira pessoas e a opção do narrador tem consequências no tipo de focalização e na assunção da falsidade ou veracidade do narrado. A focalização, frequentemente, interna, porque decorrente de narradores em primeira pessoa que não têm um conhecimento omnisciente, propicia também a relativização da visão histórica e a perceção da inexistência de uma verdade absoluta.

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Publicado

20.07.2022

Como Citar

Marinho, M. de F. (2022). Fernando Campos: o prestidigitador incorrigível. Limite. Revista De Estudios Portugueses Y De La lusofonía, 15, 229-245. https://doi.org/10.17398/1888-4067.15.229