“Sair da vida ao nível do chão”: o desejo de transcendência em As Horas Nuas, de Lygia Fagundes Telles
DOI:
https://doi.org/10.17398/1888-4067.18.151Palavras-chave:
representação, memória, espelho, criação literáriaResumo
O objetivo deste artigo é analisar os papéis desempenhados pela personagem Rahul, um gato dotado de pensamento crítico e de onisciência seletiva, no romance As Horas Nuas, de Lygia Fagundes Telles, como uma das facetas do jogo de representação presentes no livro. Na tessitura narrativa do romance, Rahul revela-se como espelho de Rosa, a protagonista, e da condição humana ao longo dos tempos, na medida em que a matéria das reminiscências de suas vidas pregressas, vividas como ser humano, imiscuem-se com as dos espectros que se esvanecem ou permanecem no apartamento onde o gato mora com a protagonista, corroborando os limites entre invenção e memória, lembrança e esquecimento no exercício da criação literária da escritora paulistana.
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