Sem exclusões: leituras de poetas portugueses no Siglo de Oro

Autores

  • Hélio Alves Universidade de Évora

DOI:

https://doi.org/10.17398/1888-4067.3.93

Palavras-chave:

ideologia, investigação literária, Diogo Bernardes, Jerónimo Corte-Real, Cervantes, Quevedo

Resumo

A investigação da recepção da poesia renascentista portuguesa entre os seus
sucessores espanhóis do Siglo de Oro permaneceu confinada a Camões por
razões de natureza ideológica com origem na secessão portuguesa de 1640 e
no seu correlato literário próximo, os comentários de Manuel de Faria e Sousa
sobre o autor de Os Lusíadas. O presente artigo pretende mostrar a
necessidade de uma viragem epistemológica nesse campo de investigação, ao
chamar a atenção para a importância de que poderão ser revestidos poetas
ultimamente esquecidos nos dois lados da fronteira, como Diogo Bernardes e
Jerónimo Corte-Real, na obra de escritores espanhóis do nível de Cervantes e
Quevedo.

Referências

Aguiar e Silva (2007): Vítor Aguiar e Silva, “Camões e a comunidade interliterária luso-castelhana nos séculos XVI e XVII (1572-1648)”, Relâmpago, Ano X, n.º 20, pp.91-123.
Almeida (2003): Isabel Almeida, “Para uma Arte da Memória: Baltasar Gracián e Manuel de Faria e Sousa, Leitores de Camões”, Santa Barbara Portuguese Studies, vol. 7, (número monográfico intitulado “Luiz Vaz de Camões Revisitado”, só impresso em 2006), Berkeley, University of California, pp. 163-189.
Almeida (2008): Isabel Almeida, “«Dizer de Orlando»”, Estudos Italianos em Portugal, NS, n.º 3, pp. 31-43.
Alves (no prelo): Hélio J. S. Alves, “O Camonismo: da Sinagoga à Cabala”, Floema. Caderno de Teoria e História Literária, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Anastácio (2004): Vanda Anastácio, “Leituras potencialmente perigosas. Reflexões sobre as traduções castelhanas de Os Lusíadas no tempo da União Ibérica”, Revista Camoniana, 3.ª série, vol. 15, São Paulo, pp. 159-178.
Arouca (2001): João Frederico de Gusmão C. Arouca, Bibliografia das obras impressas em Portugal no século XVII, Volume I: Letras A-C, Lisboa, Biblioteca Nacional.
Bell (1922): Aubrey Bell, Portuguese Literature, Oxford, Clarendon Press.
Berardinelli (1980): Cleonice Serôa da Motta Berardinelli (ed.), Sonetos de Camões, Corpus dos Sonetos Camonianos, Paris, Jean Touzot Libraire, 1980.
Bismut (1970): Roger Bismut, La Lyrique de Camões, Paris, Presses Universitaires de France.
Cancioneiro (1972): Cancioneiro de Luís Franco Correia 1557-1589, Lisboa, Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de «Os Lusíadas».
Castro (1984): Aníbal Pinto de Castro, “Introdução” em Frei Luís de Sousa, Vida de D. Frei Bertolameu dos Mártires, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, pp. xiii-xxxviii.
Castro (2007): Aníbal Pinto de Castro, “O índice do Cancioneiro do Padre Pedro Ribeiro. Fac-símile e leitura diplomática”, em Idem, Páginas de um Honesto Estudo Camoniano, Coimbra, Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, pp. 49-84.
Costa (2004): Fernando Dores Costa, A Guerra da Restauração 1641-1668, Lisboa, Livros Horizonte.
Dias (1995): João José Alves Dias, “Em torno das Rimas de Camões (1595-1616). A colecção da Biblioteca Nacional”, Oceanos n.º 23, pp. 24-48.
Dios (1981): Ángel Marcos de Dios, “La diffusion de Camões en Espagne et son influence sur Quevedo”, Arquivos do Centro Cultural Português, vol. XVI, Paris, pp. 755-775.
Dios (2008): Ángel Marcos de Dios, “Libros y Lecturas Portuguesas en la España de los Siglos XVI y XVII” em Idem (ed.), Aula Bilingüe, vol. 1, Salamanca, Luso-Española de Ediciones, pp. 45-100.
Figueiredo (1920): Fidelino de Figueiredo, “Apêndice. Bibliographia Portuguesa de Critica Litteraria. Litteraturas hespanhola e hispanoamericanas – Relações litterarias com a Hespanha e os paizes hispano-americanos” em Idem, A Crítica Literária como Ciência, Lisboa: Livraria Clássica Editora, pp. 119-127.
Figueiredo (1935): Fidelino de Figueiredo, “Apêndice” em Idem, Pyrene, Lisboa, Empresa Nacional de Publicidade, pp. 137-145.
Figueiredo (1936): Fidelino de Figueiredo, Lope de Vega: alguns elementos portugueses na sua obra, Santiago, Instituto de Estudios Portugueses de la Universidad.
Figueiredo (1938), “Camões e Lope”, Revue de Littérature Comparée, ano 18, Paris, Boivin et C., pp. 160-171.
Infantes (2003): Victor Infantes, “«Como merece a gente Lusitana». La poesía sin fronteras del Livro de sonetos y octauas de diuersos auctores (1598)”, Península. Revista de Estudos Ibéricos, n.º 0, Porto, pp. 185-200.
Luzán (2008): Ignacio de Luzán, La poética o reglas de la poesía en general, y de sus principales especies, a/c Russell P. Sebold, Madrid: Cátedra.
Martínez Torrejón (2005): José Miguel Martínez Torrejón, “Ánimo, valor y miedo. Don Sebastián, Corte Real y Aldana ante Felipe II”, Península. Revista de Estudos Ibéricos, n.º. 2, pp. 159-170.
Pires (1982): Maria Lucília Gonçalves Pires, A Crítica Camoniana no Século XVII, col. “Biblioteca Breve”, Lisboa, ICALP/Ministério da Educação.
Reckert (1983): Stephen Reckert, Espírito e Letra de Gil Vicente, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Rufo (1586): Juan Rufo Gutiérrez, La Austriada, Alcalá, Juan Gracián.
Saraiva (1980): Luís de Camões, Lírica Completa II, Sonetos, prefácio e notas de Maria de Lurdes Saraiva, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Solórzano Pereyra (1629): Juan de Solórzano Pereyra, De Disputatione Indiarum jure..., Madrid, Francisco Martínez.
Vega (1928), Frey Lope de Vega Carpio, La Dorotea. Acción en Prosa, 2 tomos, Madrid, Espasa-Calpe.
Vega (2007), Lope de Vega, Laurel de Apolo, Madrid, Cátedra.

Publicado

08.07.2022

Edição

Secção

Varia

Como Citar

Alves, H. (2022). Sem exclusões: leituras de poetas portugueses no Siglo de Oro. Limite. Revista De Estudios Portugueses Y De La lusofonía, 3, 93-111. https://doi.org/10.17398/1888-4067.3.93