Como ser poeta romântico, pobre, comunista, crente, homossexual e alentejano: Célula, um inédito de Raul de Carvalho

Autores

  • Ana Luísa Vilela Universidade de Évora

DOI:

https://doi.org/10.17398/1888-4067.5.235

Palavras-chave:

Raul de Carvalho, inédito, auto-imagem, autobiografia

Resumo

Acumulando heterodoxias e mágoas, a obra que iremos abordar é um
livro de poemas inéditos de Raul de Carvalho (1920-1984), encontrado
no seu espólio. Célula constitui, a todos os títulos, a interessantíssima
representação de uma identidade problemática, cuja afirmação
explicitamente se constrói a contrario de todos os dogmas, de cariz
político, social, religioso, económico e erótico. Célula é uma obra
catártica, espaço de liberdade de construção de um “eu” que,
romanticamente, do seu próprio excesso se alimenta – e desenha, em
filigrana, o brilho de uma explosiva “célula” humana.

Referências

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Publicado

09.07.2022

Edição

Secção

Varia

Como Citar

Vilela, A. L. (2022). Como ser poeta romântico, pobre, comunista, crente, homossexual e alentejano: Célula, um inédito de Raul de Carvalho . Limite. Revista De Estudios Portugueses Y De La lusofonía, 5, 235-245. https://doi.org/10.17398/1888-4067.5.235