O caso do teatro inexistente, ou do teatro como imagem de nós
DOI:
https://doi.org/10.17398/1888-4067.8.93Palavras-chave:
história do teatro português, imagema, Garrett, teatro nacionalResumo
Quando analisamos o significativo conjunto de textos que sobre o
teatro português se escreveram, entre o século xix e xx, de Almeida
Garrett a Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, Fialho de Almeida ou
Raúl Brandão, por exemplo, deparamos com uma situação paradoxal.
Por um lado, como se sabe, o século xix é o século da afirmação do
teatro enquanto veículo identitário privilegiado das nações, na esteira
das teorias estéticas de Schiller, largamente difundida no contexto
doutrinário do romantismo. Ao mesmo tempo que verificamos a
estabilização da vida teatral e o aumento tendencial das casas de
espectáculos em Lisboa e por todo o país, assitimos à formação de um
imagema em torno do qual se cristalizam ideias sobre a história...
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